sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Fim de ano

 Cresce e se renova a esperança...

Foto Arquivo Google



Este foi um ano difícil” se repetiu em diversos momentos de 2021 que chega aos seus estertores. De fato, foi um tempo insólito com a pandemia de Covid que não deu muita trégua, embora a vacinação no país tenha reduzido a mortandade, ainda que se propague a contaminação. E isto no mundo, em função de uma nova variante: a Ômicron da qual pouco ou quase nada se sabe, além de que é muito contagiosa.

Para completar as catástrofes naturais não deram trégua: terremoto, maremoto, chuvas inclementes deixam atrás de si um rastro de destruição e desolação. Isto para não falar do desemprego, da fome e da extrema pobreza em diversos continentes. Mas o ser humano traz em si o cerne de esperar contra toda esperança e recomeçar das cinzas como a Fênix e acreditando num Recomeço com experiências positivas. Esta resiliência ocorre porque a solidariedade cresce em momentos difíceis como o que todos enfrentamos em maior ou menor grau.

Mas 2021 trouxe também a esperança de mudança de cenário, se houver vontade política e cooperação de todos os cidadãos: afinal contra todos que ainda jogam contra a vacinação avançou, o Sistema Único de Saúde mostrou a que veio e se manteve de pé. São pequenas gotas de confiança e positividade num oceano de intempéries, em que  a Morte se opõe a Vida, mas não a vence.

Recomeçar nos diz o escritor Carlos Drummond de Andrade, dando “uma nova oportunidade a si mesmo. Renovar as esperanças na vida e o mais importante: acreditar em você mesmo”.  Mas não basta apenas acreditar em si; é preciso confiar que Aquele Menino-Deus que nasceu numa manjedoura em Belém continua vivo, ao nosso lado para nos levar à outra margem, quando a tempestade ou o mar revolto tentam nos derrubar.

O Menino-Deus feito Homem está e sempre estará conosco para  atravessarmos em segurança os inúmeros obstáculos que geram um mar de certezas ao longo do percurso. E por isso, é possível aguardar a luminosidade que retorna com o sol, trazendo também a bonança depois da tempestade. Assim, cada ser humano consegue vislumbrar e desejar um Novo Ano com tempos melhores para si e para o outro. Nesta sempre presente esperança é possível desejar: Feliz 2022! 

Regina Maria da Luz Vieira (RegiLuzVieira)


sábado, 25 de dezembro de 2021

Silêncio de Natal



Foto da autora

Ruas quase desertas, comércio fechado, igrejas e casas iluminadas com as cores e enfeites de Natal. Um grande silêncio pairou no ar na noite de 25 de dezembro. Tudo parou, mas ao contrário daquele período trágico em que se anunciou uma grande pandemia assolando os continentes, neste ano de 2021, a noite silenciosa trouxe a esperança, reunindo famílias e amigos em pequenos grupos. Uma noite que chegou com o anúncio da Boa Nova trazida por um menino-Deus, o qual veio para alegrar os corações entristecidos, resgatar os fracos e oprimidos, fazendo brilhar a luz de uma Estrela Maior presente entre todos os homens.

O mesmo silêncio da noite se fez presente ao longo do dia de Natal, mas nos corações e mentes daqueles que tinham casa para morar e a solidariedade de tantos abnegados para com os menos favorecidos e desamparados demonstrava que este era um silêncio esperançoso. Afinal, o Deus Todo Poderoso nasceu e fez ecoar em todos os cantos da Terra um canto alegre capaz de aquecer os corações despedaçados pelas perdas causadas por doenças e flagelos naturais provocados por enchentes e desabamentos em diversas partes do Mundo.

A Vida ressurge num ser tão frágil e pequenino, que é ao mesmo tempo 100% humano e 100% divino, capaz de renovar a Esperança trazida ainda que de modo embrionário no interior de cada coração. Este pequeno ser tem em si a capacidade de reconduzir o ser humano à sua essência infinita, desejosa de um Mundo mais justo, equitativo, fraterno e solidário. Um Mundo Novo em que a paz não é apenas a ausência de guerra, mas a convivência saudável, amorosa e grata entre todos que se reconhecem filhos de um mesmo Pai, irmãos entre si ou apenas seres humanos iguais entre si com poder para construir ou destruir conforma as próprias escolhas, pois todos são livres e têm condições para se reinventar. Basta querer!

Deste modo, o silêncio nas ruas quase desertas – onde até mesmo os carros silenciaram – ecoa no interior de cada casa, onde estão famílias e amigos que festejam o Natal, mas sobretudo, entre aqueles que sabem celebrar o nascimento do personagem central: Jesus Menino! É Ele quem carrega em si e distribui nos corações de cada pessoa a certeza de dias melhores não só para quem acredita, mas para todos os homens e mulheres de Boa Vontade em seus vários campos de ação. Só assim é possível dizer e verdadeiramente desejar: Feliz Natal!

Regina Maria da Luz Vieira (RegiLuzVieira)


sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Faz de Conta e a Utopia Possível


Vive-se no país do “Faz de Conta” e isto significa: faz de conta que a pandemia acabou, faz de conta que a epidemia de mais um vírus – influenza – não atingiu Estados em diferentes regiões do país e transborda em hospitais e UPAS lotadas pelo país afora. E que a mudança climática não contribui para eventos anormais nesta época do ano tanto no hemisfério norte quanto no hemisfério sul.

Faz de conta que não há fome, nem corrupção, nem sem teto ou que mais de 14 milhões de pessoas não estão sem trabalho e não aguardam pelo chamado “Auxílio Brasil”. Faz de conta que a inflação não corroeu o salário daqueles que ainda o têm e que a educação formal, o saneamento básico, a energia e todas as condições para que um ser humano viva dignamente, chegaram aos milhões de pessoas nos locais mais longínquos deste país continental.

Enfim, um grande Faz de Conta no qual a saga do herói (cada um dos brasileiros que se esforça para viver dignamente) nunca tem fim. Ou melhor, só finda quando a morte chega e, muitas vezes, de modo trágico ou por balas perdidas com rumo certo. Seria cômico, se não fosse trágico, já diz um velho ditado.

Tem-se a impressão de que a pandemia de Covid não conseguiu penetrar para transformar, de fato, a Cultura de Morte em Cultura de Vida, a fim de permitir que a solidariedade, a fraternidade de todos despertasse, não apenas o melhor de cada um, mas construísse um modo de viver no qual a esperança não fosse apenas uma grande utopia.

Foto Google

A utopia possível, no entanto, só ocorrerá, quando se educar o cidadão, desde a mais tenra idade, para a cooperação e a solidariedade, tendo em vista a fraternidade universal, um dos princípios esquecidos da Revolução Francesa, e que implica ética, respeito, honra, tolerância, perdão, afeto, ternura e amor (no sentido mais profundo destes vocábulos). Concretizar toda esta formação só será possível se a mudança começar por cada pessoa que mantiver acesa a chama da esperança de que um dia o Faz de Conta será substituído pelo Final Feliz. 

Isso implica em não perde a vontade, o desejo, a força para denunciar, lutar e acreditar que é possível vencer. Manter a confiança, a solidariedade e “arregaçar as mangas”, considerando que o outro tem direito a viver em condições dignas com moradia, trabalho, água potável, saneamento básico, alimento para si e para a família, condições de sustentabilidade nos vários aspectos da vida neste planeta chamado Terra, nos vários continentes e, neste país chamado Brasil. É um futuro distante, mas não impossível, basta que todos sem exceção – seja pessoa física, seja pessoa jurídica – estejam dispostos a trabalhar em prol do bem comum.

Regina Maria da Luz Vieira (RegiLuzVieira)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Tempestade

Foto Google


Trovões rimbombam ao longe; seus sons ecoam cada vez mais perto; raios riscam o céu; o vento sopra com cheiro de maresia. Anunciam, ou melhor, preanunciam a tempestade noturna após um dia ensolarado e acalorado. 

Uma noite da alma após um dia de tormentos que sequer permitiram aos olhos ver o sol brilhante, o céu azul; às vezes, encoberto por nuvens brancas esparsas.

O dia não virou noite, mas as nuvens brancas e leves tornaram-se cinzentas e pesadas como os sentimentos, tormentos que invadiram a alma e transbordaram no corpo, num choro invisível, invadindo a mente e embotando a visão.  

Assim como a notícia triste e dura tomou o lugar da esperança segura e pura, o brilho da luz natural cedeu ao escuro da noite, também natural. Uma noite de luar sem estrelas, mas que espreita o fio de luz que brilha longe, tão longe quanto o pensamento que voa e o olhar que vagueia e não pousa!

Regina Maria da Luz Vieira (RegiLuzVieira)