quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Sensibilizar o olhar

Em Benevides, no Pará, a Escola Municipal Fiore – situada ao lado da Floresta Amazônica – surgiu para atender crianças em idade escolar na região. E a fim de concretizar a encíclica do Papa Francisco, Laudato Si, e a proposta do Dare to Care (Ousar Cuidar em tradução livre) iniciou este ano o projeto escolar: Cuidar, a força capaz de transformar. Abrange o cuidar de si, do outro e da natureza. O pontapé inicial foi dado pela professora de Educação Infantil, Rosângela Costa Aragão, que é também coordenadora pedagógica do Projeto Social Acolhida, que atende 120 crianças e adolescentes de 7 a 17 anos.

Impulsionada pelo desejo de contribuir de modo concreto para o apelo do Papa Francisco no cuidado com a Casa Comum, a professora apresentou uma proposta de mudança na decoração do ambiente para acolher os novos e os antigos alunos no retorno as aulas presenciais. Assim, a primeira ideia foi utilizar material presente na natureza para construir mobiles e outros enfeites espalhados nas áreas comuns e nos murais para uma recepção calorosa. A proposta inovadora reduziu o custo e, portanto, o consumo de materiais derivados do petróleo (EVC). Isso gerou um impacto positivo sobre todos os envolvidos.

Foto: RegiLuzVieira

“Acredito que para as crianças aprenderem a cuidar elas precisam amar antes de tudo e para isso sensibilizar o olhar para ver a beleza da natureza, o amor presente na Criação. Pensando nisso, sugeri a escola Fiori que reduzíssemos o uso de alguns materiais, principalmente, os chamados E.V.A., ou seja, o Etileno Acetato de Vinila. Este polímero emborrachado, flexível, com propriedades adesivas e componentes à prova d'água é muito utilizado nas escolas em geral para decorar os ambientes. Sugeri que também tirássemos os balões e os TNT, ou seja, produtos poluentes também em termos visuais”. 

Deste modo, segundo a professora Rosangela, a mudança na decoração contribuiu para sensibilizar o olhar de crianças e adultos para perceber que há outros meios de decoração, os quais implicam inclusive na redução de custos, pois a natureza oferece uma diversificação de materiais que podem ser utilizados gratuitamente: folhas, flores, mas também tronquinhos de árvores, gravetos, pedras, areia, cascalhos. E, deste modo, confeccionou plaquinhas e outros objetos, gerando impacto positivo não só entre o corpo discente, mas também no corpo docente e nos próprios pais. “Assim, trouxemos uma estética diferenciada para dentro da escola; ao mesmo tempo, a presença da natureza tem o objetivo de sensibilizar o olhar e despertar as crianças e os adultos para o respeito com a natureza, o meio ambiente”, finalizou ela.

Regina Maria da Luz Vieira (RegiLuzVieira)


segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Guerra, paz, luz e esperança

 

Foto: Google

Desastres, calamidades climáticas, ondas de protestos, revoltas, crimes, enfim os mais variados tipos de violência, dor e sofrimento continuam a pipocar nos noticiários, inundando o ar, a mente, os pulmões e fazendo o coração transbordar de amargura e desesperança.  Seja nas grandes metrópoles ou em cidades menores, a todo instante o som de diferentes sirenes (ambulância, bombeiro ou polícia) ressoam perto ou longe, anunciando situações adversas.

Nos países devastados por guerras absurdas os sons mais alto são sempre de bombas explodindo e pessoas gritando em meio ao sangue e a fumaça; crianças perplexas cobertas de pó, sem entenderem o que acontece, sendo carregadas por homens fardados ou civis que tentam deixar o caos para trás. Diante de um quadro tão caótico surgem as perguntas: Onde estão os fatos positivos? A lâmpada que brilha no escuro? E como seria o som da paz?

Mais do que encontrar respostas, torna-se premente encontrar o caminho que gere a transformação de quadros tão caóticos. Há aqueles que querem e se empenham concretamente nesta construção de uma nova realidade seja por meio de iniciativas em nível coletivo quanto individual ou ainda por meio de instituições não governamentais.

Entretanto, os fatos dolorosos, negativos se impõem de modo pungente e podem levar à inércia e a descrença de que mudar é possível. Mas existem os que não jogam a toalha e enfrentam todo tipo de situações adversas para levar a esperança através de organizações que fazem a diferença nos recantos mais inóspitos, transformando morte em vida, sombras em luz. É o caso
, de organizações como Médicos Sem Fronteiras, Acnur e o Projeto Reciclar. Este projeto, desde1995, proporciona aos jovens oportunidades de educação e aprendizagem profissional e que em parceria com outras ONGs, mesmo com toda adversidade atual busca contratar aqueles que buscam o primeiro emprego.

Regina Maria da Luz Vieira (RegiLuzVieira)