terça-feira, 4 de setembro de 2018

Era uma vez...Museu Nacional

Foto Google  Fachada do Museus após incêndio
Dizem que é agosto o mês do desgosto; entretanto, setembro ainda estava em seu segundo dia quando surge em todas mídias a notícia de um incêndio de grandes proporções devastando o acervo cultural do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Foram seis horas de um fogo devastador, deixando a mostra a despreocupação, para não dizer o descaso, que reina mais uma vez sobre a administração da coisa pública!!!
Foto Google  Visão panorâmica do Museu antes do incêndio
Chamas gigantescas destruíram não só o acervo, mas abalou a estrutura de um prédio bi-centenário fundado por D. João VI, em 1818. Ainda bem que esta tragédia não ceifou vidas humanas,  o que não impediu que a tristeza, indignação, revolta e perplexidade envolvesse todos que, direta ou indiretamente, se preocupam em preservar a cultura do país e parte da cultura mundial.
Ex-professores e ex-alunos, assim como ex-funcionários, pesquisadores de ontem e de hoje sentem-se enlutados, sem palavras que expressem a dor pela perda de parte central da História do Brasil e de parte do mundo.
Agora, depois do estrago feito, autoridades se apressam em garantir a reconstrução do prédio e restauração do que for possível. Mas, de fato, não será o mesmo patrimônio histórico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) pois boa parte do acervo não é recuperável.
Foto Google O Museu antes do incêndio
Mais uma vez, aquilo que é historicamente tombado para preservar a memória e tem sua importância histórica, artística e cultural já reconhecida -, acaba tombando literalmente, ou seja, destruído, como é o caso não só deste museu, mas de outros patrimônios no país.
Diante desta situação surge a pergunta que não quer calar: até quando fatos como estes continuarão a assolar o Brasil? No que se refere ao Museu Nacional, tal fato é agravado pela inexistência de produtos químicos adequados para combater as chamas, além da falta de preservação até mesmo do próprio equipamento de uso dos bombeiros - mangueiras furadas e hidrantes sem água).
São situações como estas que contribuem para o descrédito nacional, a falta de cidadania e dignidade da população no que se refere a política nacional em todos os seus aspectos.
Por sua vez, estudantes do curso de Museologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UniRio - ainda no dia do incêndio se mobilizavam, a fim de tentar resgatar, ao menos, em foto, o acervo de mais de 20 milhões de itens destruídos pelas labaredas.

Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzVieira)