Trovões rimbombam ao longe; seus sons ecoam cada vez mais perto; raios
riscam o céu; o vento sopra com cheiro de maresia. Anunciam, ou melhor,
preanunciam a tempestade noturna após um dia ensolarado e acalorado.
Uma noite da alma após um dia de tormentos que sequer permitiram aos olhos ver o sol brilhante, o céu azul; às vezes, encoberto por nuvens brancas esparsas.
O dia não virou noite, mas as nuvens brancas e leves tornaram-se cinzentas e pesadas como os sentimentos, tormentos que invadiram a alma e transbordaram no corpo, num choro invisível, invadindo a mente e embotando a visão.
Assim como a notícia triste e dura
tomou o lugar da esperança segura e pura, o brilho da luz natural cedeu ao
escuro da noite, também natural. Uma noite de luar sem estrelas, mas que
espreita o fio de luz que brilha longe, tão longe quanto o pensamento que voa e
o olhar que vagueia e não pousa!
Regina Maria da Luz
Vieira (RegiLuzVieira)
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