Olhar triste, pensativo, fito no nada, penetrante. Assim estava hoje entre sentado e deitado num dos degraus, na frente de prédio comercial, um morador de rua. seu olhar distante atraiu a atenção.
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Talvez o morador até pensasse no quê ou no como fazer alguma coisa em prol da própria situação... Segundo depois já não estava mais lá. Ficou no ar a pergunta: para onde foi, o que foi fazer? De fato foi fazer alguma coisa ou apenas vagar pelas ruas da cidade, ansioso por fazer algo que talvez nem ele mesmo soubesse.
Todo seu ser dava a impressão de um grande deserto travestido em ser humano. Mas a humanidade ferida, sem esperança e com um grito calado na garganta, embargado pela própria situação em que se encontrava. Todo seu ser parecia clamar: Até quando? Implorava mudo por ajuda, por socorro.
Era o símbolo de um país que apesar de desejar a igualdade ainda é muito desigual. Um país que luta, chora, mas ainda deixa cidadãos sem teto, sem trabalho e sem esperança ou com apenas um lampejo desta na qual se agarra para manter-se vivo e acreditar-se como homem, como ser humano.
Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzVieira)