A solidariedade é algo
inerente ao ser humano, mas no momento atual está ‘subdesenvolvida’, precisando
ser ‘ativada’, segundo Morin (2013), em seu livro A Via. Com base nesta
premissa podemos dizer que este subdesenvolvimento está se modificando ainda
que letárgica e forçosamente, em função de tantas situações desumanas que estão
‘pipocando’ ao redor do mundo.
Um sinal dessa solidariedade
ativada foi a grande comoção do chamado mundo civilizado, causada pela imagem
do corpo do menino sírio Aylan Kurdi, de três anos, encontrado na praia da
Turquia, numa tentativa frustrada da família para chegar à Grécia. Entretanto,
esta comoção não impediu que uma cinegrafista desse uma rasteira num pai que
fugia da guerra, com o filho ao colo em busca de melhores condições de vida.
Ainda assim, diante do número cada vez maior de refugiados que chegam aos
vários países, inclusive no Brasil, esta solidariedade subdesenvolvida está
mudando de nível, ou seja, começa a se desenvolver, depois de meses e meses de
tragédias no mar.
Foi necessária a perda de
vidas inocentes para que esta solidariedade se ativasse junto aos governantes europeus,
que diante de uma tragédia a tempos anunciada, decidisse aceitar refugiados,
estabelecendo cotas para recebê-los nos diversos países. Porém, mais do que
isso é preciso definir políticas, a longo prazo, para esta situação que tende a
se agravar, já que os países devastados pela guerra pouco têm a oferecer aos seus
cidadãos.
Diante deste quadro, todo e
qualquer sinal de solidariedade é sempre bem-vindo e, neste aspecto, a junção de
ações individuais buscando compartilhar recursos escassos e conhecimentos que visem
criar melhores condições dentro de uma comunidade ou região pode ser
considerado como o despertar da sociedade para o fato de que todos são partes de
um único conjunto chamado Mundo.
Regina Maria da Luz Vieira (Regiluzvieira)