domingo, 13 de setembro de 2015

Tragédia ativa solidariedade

A solidariedade é algo inerente ao ser humano, mas no momento atual está ‘subdesenvolvida’, precisando ser ‘ativada’, segundo Morin (2013), em seu livro A Via. Com base nesta premissa podemos dizer que este subdesenvolvimento está se modificando ainda que letárgica e forçosamente, em função de tantas situações desumanas que estão ‘pipocando’ ao redor do mundo.

Um sinal dessa solidariedade ativada foi a grande comoção do chamado mundo civilizado, causada pela imagem do corpo do menino sírio Aylan Kurdi, de três anos, encontrado na praia da Turquia, numa tentativa frustrada da família para chegar à Grécia. Entretanto, esta comoção não impediu que uma cinegrafista desse uma rasteira num pai que fugia da guerra, com o filho ao colo em busca de melhores condições de vida. 

Ainda assim, diante do número cada vez maior de refugiados que chegam aos vários países, inclusive no Brasil, esta solidariedade subdesenvolvida está mudando de nível, ou seja, começa a se desenvolver, depois de meses e meses de tragédias no mar.

Foi necessária a perda de vidas inocentes para que esta solidariedade se ativasse junto aos governantes europeus, que diante de uma tragédia a tempos anunciada, decidisse aceitar refugiados, estabelecendo cotas para recebê-los nos diversos países. Porém, mais do que isso é preciso definir políticas, a longo prazo, para esta situação que tende a se agravar, já que os países devastados pela guerra pouco têm a oferecer aos seus cidadãos.


Diante deste quadro, todo e qualquer sinal de solidariedade é sempre bem-vindo e, neste aspecto, a junção de ações individuais buscando compartilhar recursos escassos e conhecimentos que visem criar melhores condições dentro de uma comunidade ou região pode ser considerado como o despertar da sociedade para o fato de que todos são partes de um único conjunto chamado Mundo.

Regina Maria da Luz Vieira (Regiluzvieira)