Catástrofes naturais e guerras se repetem mundo afora, deixando muitos atônitos e descrentes sobre presença de resquícios de empatia capaz para produzir solidariedade e fraternidade entre os seres humanos. Porém, olhos e ouvidos atentos identificam a multiplicação, sem alarde, de gestos solidários e bondosos num esforço para que o mundo seja melhor, continue habitável e mantenha o ser humano, mais humano. Então, por que não percebemos ou sentimos isso?
A resposta é simples: porque
somos bombardeados de forma intensa por notícias negativas e desastrosas;
surpreendidos por guerras que eclodem em diferentes países. E isto, num momento
no qual a sociedade mundial ainda está se reerguendo de uma pandemia que
perdurou quase três anos e ainda faz vítimas mundo afora. Parece que vivemos um
grande armagedon envolvendo tudo e todos. Então, é preciso garimpar nas várias
mídias algo de bom e concreto presente mesmo entre destroços e desolações.
Resgate de seres humanos e
animais vivos, descobertas de tratamentos para doenças raras ou que amenizem o
sofrimento daqueles que enfrentam situações inumanas são veiculadas em poucos
espaços midiáticos e alternativos, mas que fazem a diferença quase silenciosa
diante das lacerações mundiais alardeadas na TV e replicadas na internet. Nesta
era digitalizada e com todo tipo de Inteligência Artificial (IA) ainda cabe ao
ser humano salvar outro ser humano. E, neste sentido, só o próprio homem possui
determinados atributos a serem usados em favor da própria humanidade, como por
exemplo, sentimentos que superam o egoísmo, a ganância, a agressividade, o ódio
e o desejo de vingança e violência. Apenas os seres humanos são capazes de se
unirem para fazer coletas de mantimentos, roupas, medicamentos; prestarem
atendimento médicos e psicológicos para as vítimas de situações desestruturantes
e desumanizantes.
Quando estendemos as mãos em
gestos humanitários, mesmo que seja através de organizações como Unicef, Médicos
Sem Fronteiras etc. mantemos acesa a brasa capaz de alimentar e gerar a Vida em
meio ao caos gerados por bombas que destroçam estruturas físicas e o ser humano,
deixando uma multidão de órfãos e traumatizados. Portanto, mais do que olhar, ver
e ouvir notícias adversas, o que realmente faz a diferença é a união de ações humanitárias
propaguem a esperança, iluminando iluminem a existência do ser humano no mundo
atual, pois só assim será possível renascer e se solidificar também a confiança
na presença de um possível futuro para todos.
Regina Maria
da Luz Vieira (RegiLuzVieira)