sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Vida Moderna

 

Corre, corre, corre; celular toca, e-mails se acumulam, mensagens de Whatsapp que não param de chegar. Estações de ônibus e metrôs lotados, trânsito congestionado, poluição ambiental e sonora; marcas da modernidade. Desmatamento, catástrofes naturais como consequência do desrespeito à natureza e do descaso de política públicas que beneficiem o coletivo desamparado. Estes são outros sinais desta Vida chamada Moderna.

No meio desta roda viva o mundo foi paralisado por um vírus vindo da China numa cruel sagacidade, envolvendo todos e dizimando muitos que se atrevem a manter hábitos comuns. E agora José, o que fazer para conter o vírus e suas cepas que teimam em se replicar não obstante o avanço científico? É este o século XXI, no qual a Vida Moderna já avançou quase duas décadas.

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Junte-se a esta “novidade” insólita e avassaladora as catástrofes naturais recorrentes. Como gerar ações efetivas que freiem mortes e sofrimento sem sentido? Como exterminar a quase eterna discriminação social  que neste país descamba para a violência? Em geral, atinge, em forma de balas perdidas ou agressões gratuitas, a população negra e pobre.

Vida Moderna na qual o mundo se transforma numa aldeia global, mas há sinais de barbárie iminente como foice balançando, pronta para decepar a cabeça presa à guilhotina. Há de fato há uma Vida Moderna ou meros avanços em todos os campos do conhecimento?

Em meio aos festejos do centenário da Semana de Arte Moderna os Meios de Comunicação, digitais ou não, noticiam a morte do jornalista, cineasta e escritor Arnaldo Jabor, aos 81 anos, enlutando ainda mais uma semana trágica pela morte de centenas de soterrados no temporal de Petrópolis (RJ). Uma tragédia anunciada e repetida há décadas.

Há rastros de vidas ceifadas, destruindo sonhos e esperanças mundo afora. O Brasil não foi poupado e as catástrofes se sucedem de norte a sul com vítimas fatais e muitas perdas. Ainda que ofuscada a luz surge nos gestos concretos de solidariedade individual e coletiva; solidariedade esta que caracteriza o ser humano e floresce em períodos trágicos, fazendo crer que a Vida Moderna é mais do que só a máxima da individualidade neste mundo  digital globalizado.

Regina Maria da Luz Vieira (RegiLuzVieira)

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Centenário

Semana de Arte Moderna 

Estamos na Semana de comemoração do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e hoje, dia 13 de fevereiro, houve a abertura oficial na época, no Teatro Municipal em São Paulo. Foi um período de Liberdade Criativa, de repúdio e mesmo revolta dos artistas contra os padrões rígidos que dominavam todas as esferas do mundo da Arte que excluía os não seguidores do parnasianismo, incluindo a Arte Popular.

Aquela Semana de 22 – como ficou mais conhecida – trouxe um legado que se estende e abarca também o século KKI, o Modernismo. Na ocasião, os artistas populares ocuparam as dependências e o hall do teatro municipal, retratando a natureza, o seu entorno, as pessoas em formas assimétricas, assim como ideias em prosa e verso sem a rigidez até então estabelecida.

Foi um período de muita crítica ácida ao mundo burguês que dominava a sociedade e não aceitou as mudanças. Mas a liberdade criativa permitiu a inovação e a revelação de obras primas no mundo das Artes, incluindo aqui o mundo dos escritores. Enfim, tudo sofreu uma revolução em seu processo criativo e produtivo liderado pelo grupo dos cinco: as pintoras Anita Malfatti e Tarsila do Amaral (que estava na França e só voltou ao Brasil em junho daquele ano) e pelos escritores Menotti Del Picchia, os irmãos Oswald de Andrade e Mário de Andrade.

Deste modo a Semana de Arte Moderna revelou um Brasil que ainda hoje é desconhecido de muitos tanto em sua diversidade humana quanto na natureza. Basta lembrar o mundo do folclore presente no país de norte a sul e tão pouco conhecido. Assim, em tempos como os atuais em que se exacerbam as diferenças, radicalizando-as em ódio e violência, celebrar, exaltar o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, é trazer uma lufada de esperança, alegria, luz e cores à nossa tão desgastada e devastada sociedade. Neste sentido, deixa entrever que a criatividade traz mais benefícios do que intolerância de qualquer tipo. 

Regina Maria da Luz Vieira (RegiLuzVieira)

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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

A Comunicação e suas nuances

A arte do diálogo é inerente ao processo comunicativo e a troca democrática de ideias, inclusive, nas mídias sociais pode contribuir para uma sinergia capaz de criar tolerância e confiança na sociedade atual, cuja intolerância e descrença ampliam-se de forma significativa. Não basta saber utilizar as redes sociais e as diversas mídias eletrônicas ou digitais, mas é necessário adequar o simbolismo presente no conteúdo ao contexto em que seu interlocutor está inserido.

É importante perceber se há uma integração entre o suporte escolhido e os respectivos benefícios a serem atingidos. Além disso, é bom recordar que nem sempre as mensagens postadas nas redes sociais, contendo sorrisos radiantes expressam de fato o momento real vivido pelo seu emissor.

Nem sempre é suficiente a comunicação digital e prova disto está no questionamento gerado por jovens entre 13 e 15 anos que não se satisfazem quando estão em companhia de amigos da mesma geração e estes ao invés de partilharem o momento presencial estão conversando via whatsapp. “Ei,  amiga, eu estou aqui”, disse uma adolescente para chamar a atenção da melhor amiga que, mesmo estando ao seu lado, a ignorava.

Foto: Google

Quando isto acontece é hora de se perguntar: onde está o diálogo, a troca de informações, a interação, a comunicação? A comunicação é eficaz e ocorre realmente, quando atinge o objetivo proposto, ou seja, constrói um processo dialógico capaz de gerar reflexão e entendimento entre as partes envolvidas.

Regina Maria da Luz Vieira (RegiLuzVieira)