domingo, 2 de fevereiro de 2020

A Praia

Estar defronte para o mar, sentada em uma cadeira de praia, num fim de tarde é desafiador, especialmente fora de temporada. É um cenário surreal: de um lado nem uma viva alma e do outro, ao longe avista-se um grupo de três pessoas de pé, talvez conversando. Todos são silhuetas quase não identificáveis, tamanha é a distância entre o grupo e a solitária banhista, parecendo pontos minúsculos na areia tão cinza quanto o mar e o céu!
Num voo rasante e num passeio solitário uma gaivota anda pela orla, ciscando aqui e acolá. Outra gaivota sobrevoa o mar e desaparece no horizonte.
Para completar o cenário, começa a soprar um vento forte, obrigando a banhista solitária a correr atrás da bola que, por dias, havia ficado atrás das cadeiras para evitar travar as rodas. Mas agora a bendita resolve ter vida própria e obriga a banhista, por 2 vezes, a correr atrás da bela esfera colorida, evitando que chegasse ao mar - este já agitado, indicando mudança de maré e de clima. Cansada de correr, quando ela consegue pegar a bola esta é devidamente colocada dentro da bolsa. Uffa! A bola não venceu!
Foto: Google
Por sua vez, a gaivota, única companheira na imensidão da areia cinzenta é vencida pelo avanço da maré e levanta seu voo rasante. Ao longe uma pequena cordilheira está quase encoberta por nuvens espessas e trovoadas ao longe obrigam a banhista solitária a levantar acampamento para não ser surpreendida pela tempestade que se aproxima. 


Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzVieira)