terça-feira, 4 de abril de 2017

Liberdade, Civilidade e Esperança

A exposição fotográfica "Um lar chamado São Paulo", na região da Avenida Paulista dá visibilidade local a situação de inúmeros refugiados que chegam ao Brasil fugindo de situações de conflito, miséria e opressão em seus próprios países, principalmente no continente africano e no Oriente Médio. Até abril deste ano, de acordo com as fontes internacionais oficiais,8.860 refugiados de 79 pátrias foram reconhecidos no no Brasil.

De acordo com fontes como a ACNUR, ADUS e CONARE entre 2010 e 2015, o Brasil recebeu 48,7%  de solicitações de refúgio de jovens entre 19 e 29 anos da República Democrática do Congo (968), Palestina (376). E no momento, no mundo todo existem pelo menos 21,3 milhões de refugiados em função da guerra na Síria, sendo a maior parte constituída por mulheres entre 30 e 50 anos. Em nosso país estão 2mil290 refugiados da Síria; 1mil420 angolanos e angolanas e 1mil110 sem colombianos.
Sessões de saúde mental de Médicos sem Fronteiras (SMF) tentam ajudar nos acampamentos de refugiados.

Fonte - https://www.msf.org.br/noticias/mesmo-na-turquia-sirios-ainda-sao-assombrados-pela-guerra?gclid=CMDB3o-Hi9MCFYwGkQodrFsNow

Mais do que os dados, a exposição fotográfica impressiona pela tristeza no olhar e o sorriso no rosto em muitos dos fotografados. Isto deixa entrever que acreditam na esperança de uma vida melhor, apesar do sofrimento que sentem pela distância, pela separação ou pela perda de entes queridos e a necessidade de abandonar a própria pátria e deixar uma vida para trás. São imagens em preto e branco capazes de captar a profunda dor e o sentimento de seres humanos que esperam reencontrar num noutro país sua liberdade e civilidade.

Londres:refugiados sírios espalham mensagens de paz, união e esperança.
Compartilhem #Human2human
Esta esperança não pode ser destruída, mas deve ser fortalecida pela acolhida calorosa de nós brasileiros que, mesmo enfrentando uma situação política e econômica arrasadora ainda assim temos o que oferecer a quem nada possui ou que tudo perdeu pela insanidade de quem está no papel de Governança. 

Quem pode esquecer a imagem do menino branco coberto de sangue e poeira em completo estado de choque exibida nas diversas emissoras de Tv e nas redes sociais nos primeiros meses deste ano, ou da criancinha negra de 4 dias cujos pais fugiam num bote e foram resgatados em alto mar neste forte inverno europeu? 

Diante destes fatos torna-se sempre mais visível a necessidade imperiosa de nos tornarmos sempre mais solidários e de modo concreto com a dor do irmão que sofre, vivenciando práticas de caridade as quais somos chamados constantemente.  
Se esta caridade for praticada sempre, então, a esperança será real e sólida para todos que aqui aportam.


Mjed Mojleh, refugiado sírio no Brasil, com sua carteira de identidade para estrangeiro.
Foto: Thomaz Napoleão.



Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzVieira)

2 comentários:

  1. Ótima matéria Regina. Precisamos mesmo comentar estas atrocidades da humanidade que parece não interessar ao grande poderio das grandes potências em resolvê-las.
    Estamos vivenciando hoje uma "desglobalização humanitária", pois as nações estão cada vez mais pondo seus próprios interesses acima de tudo, desfazendo acordos, tratados que poderiam trazer benefícios para a população mundial. Hoje estamos vivendo uma globalização de crimes, de guerras, de concentração de riquezas (haja visto as grandes organizações criminosas que fomentam a lavagem de dinheiro nos grandes paraísos fiscais).
    Estamos todos ameaçados, já que a globalização deveria levar o progresso entre as nações mas hoje está ameaçando a população mundial.
    Deve-se lembrar que vivemos e somos irmãos no grande planeta terra e cada nação tem que ter responsabilidade de tentar modificar o cenário mundial a que estamos sujeitos, fundamentalmente com humanidade.

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  2. É importante percebermos também que, apesar das grandes atrocidades há sempre àqueles que não se deixam vencer em solidariedade e conforto ao que sofre, trazendo luz e esperança em um mundo melhor.

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