Fonte: RegiluzVieira |
Carros e caminhões singram
o asfalto com seus faróis que iluminam o caminho a percorrer como navios em
alto mar. Enquanto isso as luzes dos diversos prédios permanecem apagadas como
vidas que se despedem da Vida, pois já não há o que esperar numa cidade e em um
país onde lágrimas, sangue e terra se misturam na dor daqueles cujas vidas
foram e continuam sendo ceifadas pela Covid-19. É uma noite escura também na
alma; não somente no mundo externo.
Vozes grotescas, possíveis
sussurros, próximos e distantes; mas impossíveis de se distinguir a quem
pertence. Silhuetas que perambulam como chamas bruxuleantes que queimam como velas
no ar quente que se espalha e permeia os inúmeros arranha-céus na região
central da cidade paulistana. Além disso, pesadas cortinas demonstram que a
hora já vai alta, confirmando a necessidade de recolhimento aos braços de morfeu, mas o sono restaurador
não chega.
Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzVieira)
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