segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Sons noturnos

 

Fonte: RegiluzVieira
Sirenes: polícia, bombeiros e ambulância, sons que se distinguem na noite escura, em meio a um apagão na região da Paulista e diversos bairros da cidade. Apenas o brilho do luar, meio encoberta pelas nuvens, em conjunto com os faróis dos carros são fachos de luz para iluminar a escuridão na noite silenciosa em função do horário restrito para o funcionamento noturno de bares e restaurantes.

Carros e caminhões singram o asfalto com seus faróis que iluminam o caminho a percorrer como navios em alto mar. Enquanto isso as luzes dos diversos prédios permanecem apagadas como vidas que se despedem da Vida, pois já não há o que esperar numa cidade e em um país onde lágrimas, sangue e terra se misturam na dor daqueles cujas vidas foram e continuam sendo ceifadas pela Covid-19. É uma noite escura também na alma; não somente no mundo externo.

Vozes grotescas, possíveis sussurros, próximos e distantes; mas impossíveis de se distinguir a quem pertence. Silhuetas que perambulam como chamas bruxuleantes que queimam como velas no ar quente que se espalha e permeia os inúmeros arranha-céus na região central da cidade paulistana. Além disso, pesadas cortinas demonstram que a hora já vai alta, confirmando a necessidade de recolhimento aos braços de morfeu, mas o sono restaurador não chega.



Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzVieira)

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