sexta-feira, 27 de julho de 2018

Olhar distante - Humanidade ferida

Olhar triste, pensativo, fito no nada, penetrante. Assim estava hoje entre sentado e deitado num dos degraus, na frente de prédio comercial, um morador de rua. seu olhar distante atraiu a atenção.

Fonte: Google
Por um momento os olhares se cruzam, mas não há qualquer gesto de nenhuma das partes para uma possível aproximação. No entanto, por um infinitesimal segundo, ele quase se moveu, mas continuou ali  sem mover um músculo.
Fonte: Gooogle
Talvez o morador  até pensasse no quê ou no como fazer alguma coisa em prol da própria situação... Segundo depois já não estava mais lá. Ficou no ar a pergunta: para onde foi, o que foi fazer?  De fato foi fazer alguma coisa ou apenas vagar pelas ruas da cidade, ansioso por fazer algo que talvez nem ele mesmo soubesse.
Todo seu ser dava a impressão de um grande deserto travestido em ser humano. Mas a humanidade ferida, sem esperança e com um grito calado na garganta, embargado pela própria situação em que se encontrava. Todo seu ser parecia clamar: Até quando? Implorava mudo por ajuda, por socorro. 
Era o símbolo de um país que apesar de desejar a igualdade ainda é muito desigual. Um país que luta, chora, mas ainda deixa cidadãos sem teto, sem trabalho e sem esperança ou com apenas um lampejo desta na qual se agarra para manter-se vivo e acreditar-se como homem, como ser humano.

Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzVieira)

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