quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Almoço Silencioso

Eram 70 pessoas. Chegaram ao refeitório para o almoço num silêncio extremo. Um fundo musical enchia o ar, penetrando na alma e circundando o ambiente interno e externo.

Aos poucos a fila se reduzia e cada integrante buscava o lugar que melhor lhe convinha, a fim de manter a própria internalização ou para estar mais próximo do  ventilador ou ainda afastar-se do vento incômodo, apesar do calor.

De repente o ruído de garfos e facas sobre os pratos tonou-se  como o som emitido pelas matracas na sexta-feira da Santa, abafando inclusive o som da música ambiente.
Viam-se as mais variadas fisionomias; em algumas era perceptível o deleite com alimentos triviais como se fosse um banquete excepcional. As diversas travessas estavam preparadas e distribuídas com esmero em mesas dispostas em pontos estratégicos do refeitório de modo a evitar aglomerações.

Um ou outro, na medida em que concluía a primeira etapa levantava-se para buscar a sobremesa (doces de banana ou abóbora e frutas). Os mais indecisos ou exagerados comiam de tudo um pouco e após levarem pratos e talheres para o local de recebimento deixavam o local em silêncio. 
Foto: RegiluzVieira


E, aos poucos, a música instrumental de maneira suave tornava-se o único som possível de se ouvir, formando como um coro angelical sem palavras.

Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzVieira)

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