sábado, 7 de janeiro de 2017

Turismo Urbano - Desvelar a cidade para além do olhar cotidiano

Conhecer a cidade a partir do sightseeing é empolgante como uma aventura na selva, porém, trata-se de uma selva de pedra onde o concreto e o asfalto ganham novos contornos, nova roupagem. Lugares comuns vão se desvelando a olhos nus como algo nunca visto ou não percebido.
Um mundo de cores e formas que ganha vida como o inesperado brilho do sol por entre as nuvens, num dia que começou cinzento, anunciando chuvas torrenciais. Mas ao passar das horas, transforma-se numa manhã quente, quase escaldante de mais um dia de verão numa grande metrópole como São Paulo. Entretanto, este dia é diferente dos demais vividos, até então .
Tornar-se um turista que quer conhecer a vida na Sampa, que pulsa 24h sobre 24h, para quem é apenas um morador que vive a correria de mais um dia de trabalho e estudo é de fato viver uma experiência nova, começando o ano de uma maneira também nova. Sem dúvida, a carga simbólica do novo é pungente, ultrapassando o conhecimento cotidiano de 20 anos residindo nesta megalópole.
Concreto e asfalto reúnem sonho, beleza, vida iluminada pela arte. Uma arte produzida outrora por aqueles que aqui chegaram, ficaram e fizeram História como o patriarca da família Matarazzo; ele aportou na cidade de São Paulo como mascate e construiu seu império de sangue, suor e lágrimas. Sangue, suor e lágrimas também de seres humanos que, muitas vezes, foram despojados  da própria condição humana, mas que trouxeram grandes mudanças para esta megalópole. 


Sair da comodidade e viver novas experiências, passando de morador a turista, certamente, transforma lugares considerados comuns em pontos turísticos que realmente são. É o caso da Avenida Paulista, do Viaduto do Chá, da Estação da Luz onde estão o Museu da Língua Portuguesa (infelizmente desativado em função do incêndio ocorrido no ano passado, mas que consta no site turístico da cidade como em funcionamento) e a Pinacoteca, reunindo as mais variadas formas e conteúdos artísticos desde objetos concretos à própria arte digital. 
Além do Parque do Ibirapuera com suas inúmeras atrações tanto para o lazer como para a cultura; assim como o marco zero da cidade: o Páteo do Colégio com suas construções restauradas e a própria Catedral da Sé que atraem pela beleza, mas também por serem um triste cartão postal da miséria que infelizmente circunda a cidade e o próprio país.
Enfim, é um mergulhar na história cultural de uma megalópole que sempre surpreende quando se abre ao novo-velho e sempre conhecido pelo olhar cotidiano; capaz de transformar simples passeios em algo surpreendente, contribuindo para ampliar o conhecimento pessoal e coletivo, contribuindo na apreciação das pequenas coisas.

Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzVieira)


Foto 1: Yasmim Maciel Vieira

 Fotos 2 e 3: Google



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