
Você já observou que mesmo desejando estar na moda, as pessoas se vestem de forma que possam ser individualizadas dentro da sociedade? Se observarmos o vaivém nas ruas de qualquer cidade, veremos que, de modo geral, as pessoas querem ter uma identidade própria com relação à indumentária, mas também pretendem estar na moda podendo utilizá-la como forma de comunicação com o outro e expressão da própria identidade. No entanto, a moda não existe vazia, dissociada da cultura, das várias subjetividades presentes nos mais diversos grupos, no conjunto das relações sociais.
Desse modo, subir os descer do salto, vestir jeans, usar as cores rosa, branco, verde, azul, amarelo ou ainda combinar todas elas, depende da tendência ou das tendências presentes, sobretudo nas ruas, inclusive antes dessas tendências chegarem às passarelas. Trata-se de uma questão de estilo. Esse é o meio encontrado pelos diversos grupos culturais hoje para terem uma identidade própria, principalmente, no que se refere à indumentária.
Tal atitude deixa claro que, embora pertença a um determinado grupo, o ser humano é único e expressa sua individualidade nas diversas escolhas feitas.
Isso ocorre, por exemplo, quando o indivíduo se permite combinar vestimentas de uma maneira que ninguém jamais ousaria. Tudo está diretamente relacionado à tendência que se segue ou que se deseja seguir; o que determina ou define essa tendência é o que já existe numa cultura.
Isso torna necessário uma compreensão antropológica e cultural do ser humano, e também da maneira de utilizar a moda como forma de comunicar-se sem se deixar escravizar por nichos de mercado, porém, respeitando, ao mesmo tempo, a identidade e integridade do indivíduo.
A maneira como as pessoas se vestem hoje ou decoram suas casas, reflete uma identidade e está relacionada com os diversos estilos de vida e uma valorização, cada vez maior, desse estilo como expressão da individualidade. As pessoas ao se identificarem com certo estilo tendem a torná-lo parte de sua vida no conjunto, conforme explica a antropóloga e professora do mestrado em Moda, Cultura e Arte no SENAC-SP e no Departamento de Antropologia da PUC-SP, Elizabeth Murilho da Silva.
Assim, a moda é oferta de mercado, porém, o estilo é uma questão de escolha, uma expressão contextual da personalidade humana e exprime de maneira paralela, tanto a necessidade de uma época, quanto a compreensão cultural dessa época.
Eis porque é possível não ser escravo da moda, ainda que adquirindo roupas prontas, por serem mais práticas, em função de sua comercialização nas mais diferentes lojas e magazines. A moda, portanto, expressa tendências, mas não impede que o indivíduo utilize algum adorno que o torne distinto do outro.
Regina Maria da Luz Vieira (Regiluz)
Regina, estou adorando ler seu blog. Super criativo e cheio de valores. Parabéns!
ResponderExcluirRegina, estou adorando ler seu blog. Super criativo e cheio de valores. Parabéns!
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