Horário
de almoço: queda brusca de temperatura com rajadas de vento gélido, um
cadeirante-pedinte defronte ao portão de entrada da igreja; na mesma calçada, a
meio metro de uma banca que expunha variados tipos de agasalhos e complementos
para o frio. De repente, num gesto inusitado, a vendedora retira um belo poncho
da arara e agasalha o pedinte, o qual abre um sorriso de esplendor em sua
cadeira de rodas. Transeuntes se emocionam com o gesto e batem palmas; um deles
exclama: uma verdadeira ação de caridade.
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Fonte: Google |
O
gesto inusitado aquece corações, trazendo esperança, confiança e a certeza de
que ainda é possível acreditar que o ser humano não é tão individualista como a
sociedade faz parecer. Há aqueles que enxergam os invisíveis do mundo e
estendem a mão na medida em que o braço alcança, a fim de prestar ajuda. A
imagem desta vendedora-ambulante vestindo o poncho no cadeirante-pedinte, em
plena via pública, foi a concretização do mistério litúrgico que acabara de se
realizar no interior do templo.
Um momento emblemático para quem naquele exato momento atravessava o portão da igreja em direção aos restaurantes e comércios da redondeza. Apesar do frio rigoroso do momento muitos sentiram o próprio corpo aquecido e se questionaram: “por que não pensei nisso? Esta é uma ação possível a quem se sente próximo daquele que está em situação de penúria.”
A
ambulante foi a boa samaritana socorrendo aquele que necessitava de auxílio num
instante inglório; a atitude da mulher deixou claro que basta olhar para ver e prestar
assistência a tantos invisíveis, visíveis nesta megalópole paulistana.
Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)
Lindo texto : Incrivel á ação divina da Samaritana. Deus está em todo lugar. É só prestar atenção no que está acontecendo ao seu redor. Parabéns! Regina!
ResponderExcluirRealmente, somos peregrinos da esperança! Ainda é possível sermos bons samaritanos, só é necessário ver com os olhos d'Aquele que é o Amor.
ResponderExcluir👏👏👏👏
ResponderExcluirA ação da vendedora deixa claro que é possível reduzir o sofrimento e a miséria humana se houver mais sentimento de fraternidade e não apenas de solidariedade entre quem precisa, quem tem e quem se dispõe a estender as mãos p/ socorrer!
ResponderExcluirUm exemplo que era pra ser normal no cotidiano da vida, mas as pessoas estão "endurecidas" com o ter ou mesmo com o pouco ter e partilhar com o outro se tornou algo fora do comum, quando era pra ser a normalidade da vida.
ResponderExcluirExcelente. direto. Emocionante. Um dos textos mais contundentes que li na primeiraeira semana de julho.
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