quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

O silêncio de Natal

Foto: Google

É Natal! Nas igrejas os sinos tocam, a música, acompanhada por instrumentos diversos, enche o ar; o calor humano preenche as casas. As ruas, porém, estão vazias e silenciosas. Parece uma cidade fantasma com o silêncio rompido, de quando em vez, por um helicóptero cortando o céu em direção a um dos vários heliportos da região. Alguma voz distante lembra que ainda existem pessoas ao redor. Há ônibus ou carro que singram o asfalto em direções opostas, rompendo a barreira do som.

Enfim, a vida hoje pulsa no interior das residências onde se reúnem familiares e amigos; também nos lares solitários nos quais o Menino-Deus se faz presença no coração de quem ali está! Ele, a Presença marcante que inunda a alma e traz paz, alegria, gratidão num silêncio abençoado e vivo, pois permite sentir os mínimos ruídos como presença pulsante de uma Terra que gira e se move aquecida pelo astro rei em sua máxima potência no verão do hemisfério sul.

O silêncio, o qual torna grato aquele que pode senti-lo no ar e perceber que a vida é plena com seus sons diversos, incluindo os inexistentes como o canto de pássaros, o latido de cachorros e passos de pessoas nos corredores no interior dos prédios comerciais e residenciais. É um dia de luz, alegria, sol a brilhar no céu quase sem nuvens. A noite, os prédios enfeitados com luzes coloridas, flores vermelhas que se mesclam ao verde das árvores lembra que ainda é Natal! O milagre da Vida se faz presente e presença esperançosa de um mundo novo e melhor.


Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)

sábado, 23 de novembro de 2024

Cena Inusitada

Andarilhos e moradores de rua integram o cenário de quem reside ou trabalha na Avenida Paulista. Situação esta que provoca reações adversas; muitos ficam indignados, outros quase indiferentes, mas todos são afetados por seres humanos despojados da própria dignidade impingida por questões adversas e na maior parte desconhecida dos transeuntes e habitantes desta megalópole.

No entanto, esta semana os olhares de muitos transeuntes foram atraídos por um morador sentado na calçada, esquina das ruas Augusta e Antonio Carlos. Isto porque ele estava agachado, apoiando nas pernas um livro, ao mesmo tempo em que escrevia no caderno com um lápis. Na verdade, copiava do livro um texto, o qual a longa distância, parecia ser extenso. Após certo período sentou-se e começou a ler, até que decidiu-se remexer nas sacolas a sua volta; por fim guardou com muito zelo tanto o livro quanto o caderno, o lápis. Finda esta tarefa parecia refletir sobre o que havia escrito e lido.

O ponto onde estava era um prédio da Receita Federal desativado, cercado com um tapume de zinco preto, pois estava em obra. Talvez, por isso, sua barraca desaparecera, deixando-o ao relento com suas sacolas e bolsas gastas pelo tempo, porém, repleta de livros.

Foto da autora
No retorno, um tempo depois pelo mesmo caminho já não   o encontrei. Entretanto, a cena inusitada acompanhou-me o dia   todo e muitas perguntas surgiram: Quem é ele? Qual a história a  história de vida? O que o levou a condições tão indignas? Enfim, respostas que só poderão ser obtidas quando encontrá-lo no local onde o vi ou em uma das muitas esquinas da região.

Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)





segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Realidade e Eleição

Uma simples caminhada por ruas e avenidas de diferentes cidades e a mesma constatação: a dura realidade de conviver com andarilhos e pedintes nas mais variadas esquinas. É doloroso ver tantos sem tetos, sem emprego ou com subemprego; vendendo o café para comprar o almoço, buscando meios para alimentar bocas famintas debaixo de uma lona ou mesmo em moradias coletivas.

Foto da autora


Por mais que se queira transformar a realidade sozinha não é possível, mas ações coletivas e políticas públicas são capazes de transformar situações crônicas presentes no Brasil desde o império. Afinal, a Colônia se tornou independente, transformou-se em República, mas não criou de fato condições para que seus cidadãos se tornassem realmente cidadãos.
Optou-se pela República Federativa com constituições próprias, mas esqueceu-se de pensar e definir políticas concretas para trabalho, alimentação e moradia. Ou melhor optou-se por colocar tudo isso no papel, mas não na prática. Decidiu-se que o país precisava de eleições indiretas, depois diretas, mesmo assim incapazes de gerar mudanças significativas na sociedade atual.
No momento atual está cada vez mais difícil acreditar que haverá mudanças positivas quando se observam os debates e campanhas eleitorais: candidatos que se utilizam de deboche e completo desrespeito pelo adversário e suas ideias nos veículos de comunicação tradicionais e digitais.
São situações humilhantes não só para os que concorrem ao pleito municipal, deste ano, mas principalmente para os eleitores que assistem verborragias inúteis. O voto é obrigatório, porém, como escolher candidatos, que deverão representar esses eleitores no Executivo e no Legislativo municipais? Vivemos um verdadeiro desastre ou catástrofe para estas eleições. Dentro deste contexto mesmo buscando uma luz no fim do túnel, esta parece estar encoberta por muitas camadas de espessa neblina que impede visualizar um resultado favorável para todos nós.

Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Mudança de Paradigma

Quem disse que o Jornalismo só vive de tragédias, violência, catástrofes, disputas, mortes e todo tipo de situações que geram tristeza, pânico ou terror? Sem colocar lentes cor de rosa é possível afirmar que o Jornalismo também divulga notícias positivas, principalmente, na internet. Se ainda tem dúvida busque o portal Só Notícia Boa, que nasceu como um blog, que se transformou em site; hoje inclui várias categorias de notícias e ações sociais não só no país como em diversos países.

O jornalista Rinaldo de Oliveira criou o blog depois de um mal-estar físico ao divulgar diversas notícias negativas. Isso gerou uma mudança de paradigma que o levou a criar um blog de boas notícias que se transformou no portal já mencionado acessado e lido em mais de 150 países por mais de dois milhões e duzentas mil pessoas. Este ano o portal concorre ao prêmio iBest de melhor site de ações sociais.

Foto Google

Há 13 anos o site divulga notícias positivas no Brasil e no mundo bem como diversas ações sociais por meio do “Só Vaquinha Boa” que arrecadou verba para auxiliar desde obtenção de medicamento a recursos para aqueles que perderam tudo no Rio Grande do Sul, incluindo um idoso que buscava resgatar seus cães que foram dispersados durante a catástrofe. O Só Notícia Boa é uma luz em meio a tantas sombras divulgadas pelo Jornalismo. 

Vale a pena ir ao link: https://www.sonoticiaboa.com.br/ e resgatar o sentido social positivo do mundo jornalístico.

Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Estrelas que iluminam a alma

 

Consolo, conforto, carinho, proteção e defesa se fazem presente entre amigos e amigas que surgem como sementes e com o passar dos anos transformam-se em árvores frondosas com raízes profundas, ainda que um galho se quebre ou as folhas caiam. Há amigos e amigas que são como a palmeira imperial: trazem novo vigor a cada primavera; curam feridas, deixam marcas que como cicatrizes não doem!

Algumas vezes surgem amigos ou amigas relâmpagos, capazes impactar tempos insólitos; são muito valiosos porque levam ao exercício da humildade e a lembrança de que ninguém é uma ilha. Estes amigos e amigas se mantêm por anos e, quando se apagam da vida, transformam-se em estrelas minúsculas, brilhando apenas no interior do coração.

Foto Google - Pixbay

Existem amigas e amigos muito especiais porque forjados em bases sólidas; deixam uma esperança, a quase certeza de reencontros futuros, mesmo que a amizade ainda seja tenra. A relação se fortalece à medida em que se expande o carinho, a atenção dada em ocasiões diversas, mesmo quando pontuais. As oportunidades de encontro permitem solidificar laços, baixar a guarda, saborear a companhia mútua.

Cada amigo é único, cada amiga também. Os momentos de silêncio entre amigos, amigas favorecem a percepção dos sentidos, ajudam a intuir aquilo que trazem no recôndito de seus corações e que não necessitam expressar em palavras. É isso que faz do amigo ou da amiga um tesouro inestimável, uma estrela que ilumina a alma.

Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)


sábado, 1 de junho de 2024

Contraste


 Violência, catástrofes naturais, desastres ambientais se multiplicam em âmbito planetário, assim como altruísmo e solidariedade também crescem em proporções semelhantes. No entanto, aspectos positivos não geram alarde; afinal a árvore que cai faz barulho, enquanto a semente que germina e se torna árvore o faz de modo silencioso, mas gera sombra e frescor numa área muito mais ampla.

Afinal, uma imagem diz mais que mil palavras e a repetição e mimetização de determinadas imagens incutem a sensação de desesperança, dor e tristeza E isto gera situação contagiante negativamente; mas o ser humano traz em si a capacidade natural de altruísmo e generosidade. Desta maneira situações negativas acabam por gerar união em busca de soluções e contribuições para reconstruir a Vida no sentido pleno desta palavra.

Foto da autora

Junho chega com o clima de solidariedade diante do  frio intenso que se estende por várias cidades no país, lembrando que onde há sombra também existe luz, mesmo que fraca. Ou seja a esperança se faz viva, intensa, presente, aquecendo mente e coração de quem perdeu tudo, mas mantém o desejo e a confiança de que recomeçar é sempre possível.

Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)

 

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Povos originários

Pertencer aos povos originários no Brasil, sobretudo à população indígena é sinônimo de luta, perseverança e esperança num amanhã com dignidade, respeito e reconhecimento concreto de seus direitos. A luta dos indígenas visa manter a cultura ancestral, a preservação da Terra onde obtêm o próprio sustento e condições dignas de vida sem a interferência do “branco” também junto às gerações futuras.

Foto: segredos do mundo povos indígenas (Google)

Neste mês de abril, mais especificamente o dia 19, as diversas mídias digitais e impressas evidenciam a existência dos indígenas, suas lutas e necessidades, mas na maior parte do tempo eles não são notícia. A criação do Ministério dos Povos Indígenas gerou avanços? A resposta será dada num futuro próximo. Esperemos que seja em benefício destes povos que já estavam aqui antes da chegada dos   colonizadores.

Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)

terça-feira, 26 de março de 2024

Águas de março

Chover e uma bênção, pois diminui a poluição do ar, irriga a terra para o plantio nas regiões rurais. Porém, quando se transformam áreas portuárias e marítimas em locais aterrados com pedras, cimento e asfalto, com pouca ou nenhuma arborização constrói-se um prato cheio para desastres naturais. 

Alie-se a isso bueiros entupidos, galerias sem constante manutenção, rios assoreados, transformando-se em valões, eis a receita para catástrofes naturais decorrentes das chuvas. Assim, as águas de março, mais uma vez trouxeram graves problemas para os estados da região sudeste. No Espírito Santo pelo menos 20 pessoas morreram em decorrência das chuvas intermitentes e torrenciais nete período de março.

Foto Google

No Estado do Rio de Janeiro pelo menos oito pessoas morreram e entre os municípios mais atingidos estão Petrópolis, Muriaé, Campo dos Goitacazes, Vilar dos Teles, Nova Iguaçu, Niterói e São Gonçalo. Além da capital carioca.

A cidade de São Gonçalo, por exemplo, tem bairros nascidos do aterramento antigos portos e do rio Bomba, que corta o município; em algumas áreas transformou-se em valão e vilão a céu aberto. Esse valão transborda quando chove com grande intensidade e suas águas sujas invadem ruas, quintais residenciais, casas comerciais.

Ruas se transformam em mar, impedindo o tráfego de carros, ônibus e caminhões. Afinal, estes não são barcos; então, seus motores paralisam, quando, num momento insano, motoristas quase camicases tentam vencer a correnteza, sem sucesso.

Há soluções? Algumas, talvez como paliativos: limpeza de bueiros e galerias, arborização de bairros mais afetados, tornar o solo menos impermeável, substituindo parte do asfalto por grandes pedras, o que permitiria à terra absorver  boa parte da água pluvial. Construir piscinas subterrâneas é outra possível medida, favorecendo a vazão das enxurradas.

No entanto, é necessária vontade política para criar, aprovar e colocar em prática projetos os quais empregariam verba pública, mas também lisura no processo de execução e até colaboração empresarial privada, beneficiando todos os envolvidos inclusive o elo mais atingido: a população! Quiçá a realidade atual se modifique positivamente e esta seja meta a ser alcançada por governantes e governados.

Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Samba-enredo: folia e literatura


Um dos principais elementos do desfile das escolas de samba o samba-enredo surgiu na década de 1930, tornando-se um dos principais elementos das escolas de samba porque tem como proposta e objetivo iniciar o desfile e transmitir a mensagem pretendida. O espetáculo inesquecível se transforma em história e memória quando a melodia, em conjunto com o samba e a cadência, constitui uma harmonia especial, invadindo a avenida, contagiando a arquibancada que canta em uníssono enquanto a escola desfila.

Foto Google

Este inesquecível espetáculo aconteceu em 1987, quando a escola de samba Estação Primeira da Mangueira (a tradicional verde e rosa) homenageou o escritor Carlos Drummond de Andrade com o enredo O Reino das Palavras. A escola foi campeã do carnaval carioca com nota máxima em todos os quesitos, reunindo 25 poemas do homenageado – que não compareceu por questões de saúde, falecendo naquele mesmo ano.

Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Chuvas de verão

Chover e uma bênção, pois diminui a poluição do ar, irriga a terra para o plantio nas regiões rurais. Porém, quando se transforma áreas portuárias e marítimas em locais aterrados com pedras, cimento e asfalto, com pouca ou nenhuma arborização constrói-se um prato cheio p/ desastres naturais.

Alie-se a isso bueiros entupidos, galerias sem constante manutenção, rios assoreados, transformando-se em valões, eis a receita para catástrofes naturais decorrentes das chuvas de verão.

A cidade de São Gonçalo (RJ) tem bairros nascidos deste modo; o rio Bomba que corta a cidade foi aterrado, em grande parte, mas em algumas áreas é um valão e um vilão a céu aberto. Esse valão transborda com as fortes tempestades, espalhando suas águas sujas que invadem ruas, quintais residenciais, casas comerciais.

Deste modo as ruas transformam-se em mar, dificultando ou impedindo o tráfego de carros, ônibus e caminhões. Afinal, estes não são barcos; então, seus motores paralisam, quando, num momento insano, motoristas quase camicases tentam vencer a correnteza, sem sucesso.

Foto Google

Há soluções? Algumas, talvez como paliativos: limpeza de bueiros e galerias, arborização de bairros mais afetados, tornar o solo menos impermeável, substituindo parte do asfalto por grandes pedras, o que permitiria à terra absorver  boa parte da água pluvial. Construir piscinas subterrâneas é outra possível medida, favorecendo a vazão das enxurradas.

No entanto, é necessária vontade política para criar, aprovar e colocar em prática projetos os quais empregariam verba pública, mas também lisura no processo de execução e até colaboração empresarial privada, beneficiando todos os envolvidos inclusive o elo mais atingido: a população! Quiçá a realidade atual se modifique positivamente e esta seja meta a ser alcançada por governantes e governados. 

Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira) 





segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Ano Novo

A medida que embarcamos nesta jornada de um novo ano, chamada “2024”, lembre-se de que a fé e a esperança são os alicerces da caminhada. Independente dos desafios que possam surgir, devemos confiar que DEUS tem um propósito para cada passo que daremos e sempre cuida de todas as suas criaturas, e de modo especial, de seus filhos.

Confiar no amor de Deus e, em sua fidelidade, é o caminho de esperança, uma vez que Ele é sempre fiel; conhece os desejos de cada coração humano. Ele sempre prepara o melhor para todos os filhos Dele. Porém, neste Novo Ano, mesmo que surjam percalços que pareçam intransponíveis, aprender a confiar e seguir o que está no mais recôndito de nós é, pois, o melhor caminho para atingir a paz e os objetivos almejados.

Foto Google
 Ama e entenderás! Isso é algo concreto. Exige coragem,  disposição para “arregaçar as mangas” e, deste modo, agir em benefício dos que precisam seja de alimento, moradia ou simplesmente de alguém para escutar ou dirigir uma palavra de conforto. Enfim, disponibilizar o próprio tempo para socorrer tantos necessitados material e espiritualmente jogado á beira do caminho; às vezes necessitando de alguém que lhe estenda a mão, cure feridas do corpo e da alma. Assim, 2024 será de fato um Ano Novo para todos que vivem neste mundo e querem continuar a viver de modo digno, mais humano, solidário e fraterno.

Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)