Motores: carros, ônibus, caminhões, serra elétrica. Sons de buzinas,
sirenes, aviões, guindastes, construções, que retornam ao entorno da Avenida e
ruas adjacentes, capazes de abafar e afugentar o canto dos pássaros e longos momentos
silenciosos que, ao longo de 90 dias, envolveram a região como resultado da
Covid-19; epidemia que transformou a vida de todos ao redor do mundo.
fonte: google |
Ao longo de uma semana – que mais parece eternidade – crescem a poluição
sonora e também a ambiental, pois a fuligem e a poeira invadem o ar. E tudo para que fios antes expostos tornem-se
subterrâneos dando espaço a visão mais ampla de quem, eventualmente, observa a
paisagem através das janelas de lojas, escritórios e prédios residenciais
instalados na região. Descortina-se uma límpida
imagem: céu azul, com pouca ou
nenhuma nuvem, sol intenso como um dia de verão em pleno inverno.
Pontualmente, às 11h15, todos os dias, o barulho intenso dá uma trégua:
hora do almoço de quem enfrenta o pesado trabalho em canteiros de obra e na
construção civil. Ouvidos mais sensíveis agradecem; é um refrigério auditivo e mental. Ainda assim, ao longe é
possível observar, ou melhor, ouvir o barulho ritmado de pás e ferramentas mais
leves que forjam o acabamento das caixas de cimento que são construídas ao
longo das calçadas e que serão chumbadas ao chão para evitar mãos predadoras.
Enfim, a vida frenética e pulsante se bem como a sobrevivência humana e econômica se sobrepõem ao medo da
contaminação pelo vírus da Covid-19 que teima em fazer seu estrago há quase 100
dias no Brasil e mundo afora.
Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzVieira)
Gostei muito! É a vida do cotidiano que passa por nós!
ResponderExcluir