quinta-feira, 9 de maio de 2013

Uma manhã diferente

Imaginem a cena: Av Paulista - 9h da manhã de uma terça-feira muito fria, um distribuidor de propaganda deixa cair toda a papelada na calçada. Uma sra., por volta dos 60 anos, vê o ocorrido. Ela para e decide auxiliar o panfletista, cuja face fica rubra pelo nervosismo. Sem dizer uma palavra, a mulher começa a recolher o material disperso entre a Av Paulista e a Rua Hadock Lobo.
Muitas pessoas continuam a transitar ao redor, com passos apressados, indiferentes ao fato. No entanto,  uma outra alma sensibilizada resolve auxiliá-los na tarefa inglória, já que os papéis são lisos e tornam o trabalha bem mais difícil.
Após 30 minutos todos os panfletos estão de volta nas mãos do propagandista que agradece aliviado e oferece a propaganda para suas "salvadoras".
O fato foi real. A atitude das duas mulheres demonstra que, mesmo em meio a correria da megalópole e a dureza de seus transeuntes, ainda existem corações que se deixam tocar por quem, num apelo mudo, precisa de ajuda imediata diante de olhos e passos apressados.
A sensibilidade  pela dor do outro ainda existe e fez pelo menos duas pessoas pararem para socorrer o necessitado não de alimento ou de dinheiro, mas de algo tão simples e tão difícil: disponibilidade para "perder" tempo e auxilar um desconhecido a recolher seu material de trabalho. Ao final daquela meia hora cada um  seguiu seu rumo, mas nos três  transparecia a serenidade de quem está em paz consigo numa manhã fria, cuja atitude aqueceu os três corações sensíveis. Um simples ato que indica ser sempre possível ter esperança, pois em meio as nuvens o sol pode estar brilhando ou pode surgir um arco-íris.

Regina Maria da Luz Vieira (Regiluz)

Um comentário:

  1. Atitudes como esta nos faz ter esperança de que ainda podemos contar com a sensibilidade das pessoas.
    bjs

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