Uma simples caminhada por ruas e
avenidas de diferentes cidades e a mesma constatação: a dura realidade de
conviver com andarilhos e pedintes nas mais variadas esquinas. É doloroso ver
tantos sem tetos, sem emprego ou com subemprego; vendendo o café para comprar o
almoço, buscando meios para alimentar bocas famintas debaixo de uma lona ou
mesmo em moradias coletivas.
Por mais que se queira transformar a realidade sozinha não é possível, mas ações coletivas e políticas públicas são capazes de transformar situações crônicas presentes no Brasil desde o império. Afinal, a Colônia se tornou independente, transformou-se em República, mas não criou de fato condições para que seus cidadãos se tornassem realmente cidadãos.
Optou-se pela República Federativa com constituições próprias, mas esqueceu-se de pensar e definir políticas concretas para trabalho, alimentação e moradia. Ou melhor optou-se por colocar tudo isso no papel, mas não na prática. Decidiu-se que o país precisava de eleições indiretas, depois diretas, mesmo assim incapazes de gerar mudanças significativas na sociedade atual.
No momento atual está cada vez mais difícil acreditar que haverá mudanças positivas quando se observam os debates e campanhas eleitorais: candidatos que se utilizam de deboche e completo desrespeito pelo adversário e suas ideias nos veículos de comunicação tradicionais e digitais.
São situações humilhantes não só para os que concorrem ao pleito municipal, deste ano, mas principalmente para os eleitores que assistem verborragias inúteis. O voto é obrigatório, porém, como escolher candidatos, que deverão representar esses eleitores no Executivo e no Legislativo municipais? Vivemos um verdadeiro desastre ou catástrofe para estas eleições. Dentro deste contexto mesmo buscando uma luz no fim do túnel, esta parece estar encoberta por muitas camadas de espessa neblina que impede visualizar um resultado favorável para todos nós.
Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)