Eram 70 pessoas. Chegaram ao refeitório para o almoço num silêncio extremo. Um fundo musical enchia o ar,
penetrando na alma e circundando o ambiente interno e externo.
Aos poucos a fila se reduzia e cada integrante buscava o lugar que melhor lhe convinha, a fim de manter a própria internalização ou para estar mais próximo do ventilador ou ainda afastar-se do vento incômodo, apesar do calor.
De repente o ruído de garfos e facas sobre os pratos tonou-se como o som emitido pelas matracas na sexta-feira da Santa, abafando inclusive o som da música ambiente.
Viam-se as mais
variadas fisionomias; em algumas era perceptível o deleite com alimentos
triviais como se fosse um banquete excepcional. As diversas travessas estavam preparadas
e distribuídas com esmero em mesas dispostas em pontos estratégicos do
refeitório de modo a evitar aglomerações.
Um ou outro, na
medida em que concluía a primeira etapa levantava-se para buscar a sobremesa
(doces de banana ou abóbora e frutas). Os mais indecisos ou exagerados comiam
de tudo um pouco e após levarem pratos e talheres para o local de recebimento
deixavam o local em silêncio.
Foto: RegiluzVieira |
E, aos poucos, a
música instrumental de maneira suave tornava-se o único som possível de se
ouvir, formando como um coro angelical sem palavras.
Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzVieira)
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