sexta-feira, 29 de maio de 2020

Recuperar a Educação



Em nível de Educação formal há alguns aspectos a se considerar: temos um país que, em termos de extensão corresponde a um continente; há desigualdades em vários aspectos entre as cinco regiões geográficas que formam o país. No tocante ao acesso a internet, por exemplo, dentro de um mesmo Estado, numa mesma região geográfica, ha áreas onde esta realidade inexiste. 
Então, quando se decide que as aulas serão on-line, as várias Secretarias Estaduais e Municipais de Educação ainda que se empenhem para oferecer tal formação enfrentam questões desafiadoras estruturais: há alunos, na zona rural, em algumas regiões, tendo aulas debaixo de árvores ou em contêineres porque não existem salas de aulas suficientes para todos. Trata-se de um problema estrutural não solucionado e que nesta pandemia tornou-se visível. Por sua vez, há escolas buscando junto às respectivas secretarias meios de atender esta população rural, elaborando materiais escolares específicos.
Há problemas "legais", pois cursos técnicos talvez necessitem ampliar o ano letivo para que estudantes que estejam no último ano possam efetivamente fazer os estágios presenciais num período mais propício pós-pandemia. Mas isto depende de autorização legal do Ministério da Educação. São demandas ainda em avaliação nas próprias escolas técnicas.
Por sua vez, as escolas particulares oferecem cursos de formação on-line para que seu corpo docente possa atender as necessidades da Educação à Distância (formalidade EAD) para prosseguirem na formação junto aos estudantes. Ou seja, professores precisam se tornar alunos para, em seguida, darem prosseguimento ao ano letivo virtualmente.
Foto Google 
Esta é também uma dificuldade para a rede pública quer nos Estados, quer nos Municípios, sobretudo, os mais distantes dos grandes centros do país seja na região, Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste ou Sul. Portanto, há que se superar estas dificuldades reais para então, poder se pensar na recuperação da Educação e, neste aspecto, certamente já estará no fim do primeiro semestre letivo de 2020, conforme o calendário estabelecido junto ao próprio Ministério da Educação. Tudo isso, sem falar no  aspecto do distanciamento e outras medidas que implicam colocar as escolas e seus vários setores dentro das normas do novo "normal".  E aí surge uma questão: quem realmente está atentando também para todas as questões apontadas? Certamente, há quem de fato se preocupa, se ocupa e arregaça as mangas para efetivar o máximo possível de medidas que favoreçam ao bem comum, ao coletivo... E tentar minimizar as desigualdades já existentes e que serão ainda mais evidenciadas no pós-pandemia da Covid-19.

Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzViera)

domingo, 24 de maio de 2020

Dia Mundial das Comunicações Sociais

Hoje é um dia especial para os comunicadores, ainda que no momento a narração de histórias dolorosas em função do tema que domina as mídias atualmente: a pandemia mundial que parou todos os países. Após mais de dois meses de notícias sobre o agravamento e a extensão da pandemia, alguns Meios de Comunicação Social começam a apresentar também o número de recuperados da COVID-19 e, em alguns casos, não só a saída do hospital, mas também a história das famílias afetadas.  

foto: RegiluzVieira
Começa a ganhar espaço as ações de solidariedade em nível nacional e mundial aos mais vulneráveis. No entanto, o medo e a angústia gerada pela possibilidade de infecção ainda é grande. Eis porque se faz importante a produção e divulgação de notícias edificantes, de solidariedade, de fraternidade tais como ações que remetem à mudança de hábitos e de mentalidade para o pós-pandemia. Sim, porque como toda doença, esta também alcança seu auge e declina, mesmo que com uma lentidão acima do que se deseja  e cuja infecção é rápida, elevando os números negativamente.
Enfim, é também através do Meios de Comunicação Social que a maior parte da população em todos os países têm conhecimento de notícias e informações sobre a busca de uma vacina contra o vírus da Covid-19, implementação de medidas e tratamentos que contribuem ou poderão contribuir para a cura. Além de implementações de medidas sanitárias não populares, mas que reduzem a aceleração do contágio, por exemplo, o distanciamento social.
Os MCS, por meio de profissionais das várias áreas e setores, buscam cumprir seu papel de informar, de noticiar aquilo que de algum modo afeta a vida da sociedade nas mais diversas áreas, cobrindo da política à economia, passando pela saúde, bem-estar social, medicina, física etc. Há muito em jogo e a questão é: pós-pandemia virão mudanças construtivas e edificantes? Muitos acreditam que sim. É possível, mas só tempo confirmará a tendência futura...Uma coisa é certa: os MCS refletem a sociedade em que estão, algumas vezes  de maneira invertida.

Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzVieira)

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Pandemias e Endemias

De fato, até o Covid-19 chegar ao país nunca soube de qualquer planejamento para a área de Saúde, visando atuar num caso de pandemia. Embora tenhamos endemias crônicas no país  como  Malária, Dengue, Zika, Chicungunha e Tuberculose, entre outras. 
Mas, de fato o Ministério de Saúde e o ex-ministro mostraram a que vieram, quando o surto começou a se expandir. No entanto, até a a pandemia, o que tornou-se uma constante no país foi a redução de gastos com a Saúde, permitindo inclusive que doenças erradicadas voltassem ao território nacional como o sarampo e outras endemias.
Com a chegada da pandemia do Covid-19 as deficiências, que sempre foram denunciadas nos meios de Comunicação, visíveis em diferentes Estados do país, vieram à tona. Temos um sistema de saúde que não é preventivo, mas potencialmente curativo. 
Além disso, o SUS sempre e eternamente criticado por sua eficácia, na verdade é quem vem sustentando o atendimento ao Covid junto às classes menos favorecidas. Ainda assim há 40 sem tetos vítimas da doença, sendo que 22 são vítimas fatais.
A pandemia no Brasil deixou claro que temos uma medicina e um sistema de saúde voltado quase que exclusivamente para a cura e pouco preventivo, além de um sistema de vigilância sanitária pouco eficiente. 
Um exemplo é que na maior cidade do país, São Paulo, há problemas de esgoto a céu aberto em vários bairros e já foi comprovada a contaminação do esgoto pelo Covid-19.
Mesmo com a divulgação nas diversas mídias nenhuma medida preventiva foi anunciada ou sequer adotada para salvaguardar a população que vive em condições precárias em bairros distantes e periféricos. 
Esta é também a situação no Estado do Rio de Janeiro, onde há um grande contingente da população vivendo em condições de risco no que se refere à contaminação pelo Covid-19, em decorrência do contato como o esgoto a céu aberto. Enquanto isso cresce o número de contaminados e de mortos nas duas cidades. Criar uma rede eficiente de esgoto é também parte da profilaxia para reduzir a contaminação.


Regina Maria da Luz Vieira (RegiluzVieira)