terça-feira, 26 de março de 2024

Águas de março

Chover e uma bênção, pois diminui a poluição do ar, irriga a terra para o plantio nas regiões rurais. Porém, quando se transformam áreas portuárias e marítimas em locais aterrados com pedras, cimento e asfalto, com pouca ou nenhuma arborização constrói-se um prato cheio para desastres naturais. 

Alie-se a isso bueiros entupidos, galerias sem constante manutenção, rios assoreados, transformando-se em valões, eis a receita para catástrofes naturais decorrentes das chuvas. Assim, as águas de março, mais uma vez trouxeram graves problemas para os estados da região sudeste. No Espírito Santo pelo menos 20 pessoas morreram em decorrência das chuvas intermitentes e torrenciais nete período de março.

Foto Google

No Estado do Rio de Janeiro pelo menos oito pessoas morreram e entre os municípios mais atingidos estão Petrópolis, Muriaé, Campo dos Goitacazes, Vilar dos Teles, Nova Iguaçu, Niterói e São Gonçalo. Além da capital carioca.

A cidade de São Gonçalo, por exemplo, tem bairros nascidos do aterramento antigos portos e do rio Bomba, que corta o município; em algumas áreas transformou-se em valão e vilão a céu aberto. Esse valão transborda quando chove com grande intensidade e suas águas sujas invadem ruas, quintais residenciais, casas comerciais.

Ruas se transformam em mar, impedindo o tráfego de carros, ônibus e caminhões. Afinal, estes não são barcos; então, seus motores paralisam, quando, num momento insano, motoristas quase camicases tentam vencer a correnteza, sem sucesso.

Há soluções? Algumas, talvez como paliativos: limpeza de bueiros e galerias, arborização de bairros mais afetados, tornar o solo menos impermeável, substituindo parte do asfalto por grandes pedras, o que permitiria à terra absorver  boa parte da água pluvial. Construir piscinas subterrâneas é outra possível medida, favorecendo a vazão das enxurradas.

No entanto, é necessária vontade política para criar, aprovar e colocar em prática projetos os quais empregariam verba pública, mas também lisura no processo de execução e até colaboração empresarial privada, beneficiando todos os envolvidos inclusive o elo mais atingido: a população! Quiçá a realidade atual se modifique positivamente e esta seja meta a ser alcançada por governantes e governados.

Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Samba-enredo: folia e literatura


Um dos principais elementos do desfile das escolas de samba o samba-enredo surgiu na década de 1930, tornando-se um dos principais elementos das escolas de samba porque tem como proposta e objetivo iniciar o desfile e transmitir a mensagem pretendida. O espetáculo inesquecível se transforma em história e memória quando a melodia, em conjunto com o samba e a cadência, constitui uma harmonia especial, invadindo a avenida, contagiando a arquibancada que canta em uníssono enquanto a escola desfila.

Foto Google

Este inesquecível espetáculo aconteceu em 1987, quando a escola de samba Estação Primeira da Mangueira (a tradicional verde e rosa) homenageou o escritor Carlos Drummond de Andrade com o enredo O Reino das Palavras. A escola foi campeã do carnaval carioca com nota máxima em todos os quesitos, reunindo 25 poemas do homenageado – que não compareceu por questões de saúde, falecendo naquele mesmo ano.

Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Chuvas de verão

Chover e uma bênção, pois diminui a poluição do ar, irriga a terra para o plantio nas regiões rurais. Porém, quando se transforma áreas portuárias e marítimas em locais aterrados com pedras, cimento e asfalto, com pouca ou nenhuma arborização constrói-se um prato cheio p/ desastres naturais.

Alie-se a isso bueiros entupidos, galerias sem constante manutenção, rios assoreados, transformando-se em valões, eis a receita para catástrofes naturais decorrentes das chuvas de verão.

A cidade de São Gonçalo (RJ) tem bairros nascidos deste modo; o rio Bomba que corta a cidade foi aterrado, em grande parte, mas em algumas áreas é um valão e um vilão a céu aberto. Esse valão transborda com as fortes tempestades, espalhando suas águas sujas que invadem ruas, quintais residenciais, casas comerciais.

Deste modo as ruas transformam-se em mar, dificultando ou impedindo o tráfego de carros, ônibus e caminhões. Afinal, estes não são barcos; então, seus motores paralisam, quando, num momento insano, motoristas quase camicases tentam vencer a correnteza, sem sucesso.

Foto Google

Há soluções? Algumas, talvez como paliativos: limpeza de bueiros e galerias, arborização de bairros mais afetados, tornar o solo menos impermeável, substituindo parte do asfalto por grandes pedras, o que permitiria à terra absorver  boa parte da água pluvial. Construir piscinas subterrâneas é outra possível medida, favorecendo a vazão das enxurradas.

No entanto, é necessária vontade política para criar, aprovar e colocar em prática projetos os quais empregariam verba pública, mas também lisura no processo de execução e até colaboração empresarial privada, beneficiando todos os envolvidos inclusive o elo mais atingido: a população! Quiçá a realidade atual se modifique positivamente e esta seja meta a ser alcançada por governantes e governados. 

Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)